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Palavras/Mundos de Ação

Talvez mais do que qualquer outra questão, o problema da ação se encontra no centro da produção artística contemporânea. De fato, quando se estuda a produção artística que se estabelece, em âmbito mundial, a partir sobretudo da arte minimalista, o que se percebe é como o problema do fazer e do agir passa a ocupar o centro das preocupações de alguns dos mais importantes artistas contemporâneos. Esse giro performativo não se restringiu, contudo, ao mundo da arte. Embora pouco estudada, a preocupação com o tema da ação (de como agir no campo do projeto de arquitetura, se se quiser, com uma outra performatividade projetual) esteve no centro da reflexão e da prática de um grupo seleto, mas muitíssimo influente de arquitetos, com destaque para o arquiteto estadunidense Peter Eisenman. De fato, desde os anos 1960, Eisenman vem refletindo sobre como um modelo alternativo de ação pode se materializar no campo da arquitetura um modelo que eventualmente logre superar os limites que, segundo ele, constrangem a tradição humanista da arquitetura. O caso de Eisenman pode ser especial, mas não é exclusivo: como demonstram as obras de alguns dos mais instigantes projetistas contemporâneos, em especial Herzog & De Meuron, MVRDV, e Lacanton & Vasal, o problema da ação permanece desafiador e central. Este pesquisa pretende investigar e aprofundar este tema, procurando identificar como a noção de performativo se transporta para o campo da arquitetura e, assim, como problema da ação, central para a definição de uma arte contemporânea (quer dizer, não mais moderna), se desdobra e impacta algumas das mais importantes e, ainda enigmáticas, práticas arquitetônicas de hoje.

Coordenador:
Otávio Leonídio