Orientador: Fernando Espósito
Dissertação: Rugosidades mapuches en laconstrucción de lugares contemporáneos
Data da defesa: 28/02/2019
Resumo
Os mapuches, civilização indígena do Sul do Chile, tem tido historicamente
uma forte relação com o território, daí o seu nome (mapu=terra, che= homem): o
homem da terra. Esse significado está relacionado diretamente ao vínculo sagrado
que a cultura deles tem com a natureza. Existe uma relação afetiva com o entorno,
que se desprende da cosmologia mapuche.Para compreender esta problemática no
contexto mapuche desde uma perspectiva arquitetônica, a pesquisa analisa o
espaço como resultado de processos de acumulação de histórias e preexistências.
Em palavras de Milton Santos, esses processos estão conformados por elementos
que modelam o espaço e a paisagem, atuando como supressão, acumulação e
superposição, algo que o autor sintetiza sob o conceito de “rugosidade”. A
importância de explorar estas rugosidades, categorizando os componentes
espaciais, tem relação com a forma em que se constroem os espaços, como
revelação material e como valorização da cultura local. Na análise, a pesquisa
opera também desde a ideia de regionalismo crítico framptoniano, onde podemos
achar uma base conceitual que fortalece aquela valorização do espaço local. Nesta
discussão, são observados alguns projetos onde se podem reconhecer elementos
que foram lidos, interpretados e transferidos desde referências originais e as
diferentes estratégias com as que lidam com o contemporâneo.
O principal estudo de caso foi a Comunidade Meli Foye, conjunto
habitacional localizada na prefeitura de Huechuraba, Santiago , Chile.
Finalmente, a pesquisa permite observar, á luz do conceito de rugosidade, uma
redefinição dos limites do espaço em função dos signos presentes no espaço
habitado, reconfigurando a noção do lugar.