Orientadora: Ana Luiza Nobre
Dissertação: “Onde a lama é insurreição”: Arquitetura em convivência com a água no novo regime climático
Data da defesa: 31/08/2023
Resumo
A presente pesquisa busca, a partir da chave do controle da natureza, contribuir
para um imaginário de possibilidades para arquiteturas de convívio com a natureza.
Para isso, a dissertação passa pela origem da criação do método científico como
modo de operar no mundo e controlar a natureza para o bem-estar humano e situa
a arquitetura, enquanto disciplina, e a construção civil como protagonistas da atual
crise climática, que é uma consequência direta, mas não apenas, deste modo de
controlar a natureza.
Para começar a busca por uma arquitetura que negocie com a natureza
procurando o convívio com ela, a pesquisa se baseia nos conceitos de sazonalidade,
elaborado por Hilan Bensusan e Carlos Mondragon, e o de habitabilidade,
defendido por Dipesh Chakrabarty.
Por fim, a dissertação se aproxima de dois exemplos emblemáticos de controle
das águas na cidade do Rio de Janeiro, os aterros do Flamengo e os da Maré,
apontando a transição da cidade que convivia de maneira mais próxima com suas
águas até o século XIX e, em seguida, passou a negar tal convivência
sistematicamente. Neste processo de negação, algumas práticas de resistência da
população da Maré se apresentam como possibilidades e garantia de um convívio
mínimo com a água.