Pós-Graduação

Dissertações

Habitar para além da habitação: Práticas cotidianas nas áreas de uso comum no conjunto Ismael Silva – Zé Keti do Programa Minha Casa Minha Vida

2019
AUTORA: CAROLINA DE CARVALHO GAMBOA TROTTA

Orientadora: Maira Martins

Dissertação: Habitar para além da habitação: Práticas cotidianas nas áreas de uso comum no conjunto Ismael Silva – Zé Keti do Programa Minha Casa Minha Vida

Data da defesa: 22/03/2019

Resumo

Esta pesquisa tem como propósito contribuir para a discussão da
importância da relação entre os moradores e os espaços coletivos e públicos de
conjuntos habitacionais como um aspecto essencial para a estabilidade,
permanência e qualidade de vida de seus habitantes. Neste trabalho, desenvolvo a
discussão sobre a relação entre o habitar e a apropriação do espaço, tendo como
estudo de caso o Conjunto Ismael Silva – Zé Keti do Programa Minha Casa
Minha Vida (PMCMV). O objetivo desta pesquisa e investigar em que medida a
disposição dos edifícios e a inserção urbana contribuem para a relação entre seus
moradores e os espaços privados, coletivos e públicos deste conjunto. Em outras
palavras, procuro compreender de que maneira a forma construída pode
influenciar a relação que temos com o ambiente em que vivemos por meio deste
estudo de caso. A relação que temos com o ambiente em que vivemos é
recíproca: da mesma forma que moldamos os lugares, somos por eles também
moldados. Neste sentido, esta pesquisa se orienta principalmente pelos conceitos
de habitar, que consiste no modo básico como nos relacionarmos com o mundo, e
de apropriação do espaço, que vai para além do simples uso por criar vínculos de
pertencimento e de identidade entre as pessoas e o lugar. Ambos os conceitos são
abordados por diferentes campos do conhecimento. O habitar surge na filosofia,
como tema de estudos de Martin Heidegger e de Gaston Bachelard, influenciando
autores do campo da arquitetura como Christian Norberg-Schulz e Juhani
Pallasmaa. O conceito de apropriação do espaço é abordado por autores como
Herman Hertzberger (arquitetura), Enric Pol (psicologia ambiental), Marco Mello
e Arno Vogel (antropologia e sociologia). O conjunto Ismael Silva – Zé Keti,

destinado à faixa 1 do PMCMV, foi inaugurado em 2014 e construído no lugar do
Complexo Penitenciario Frei Caneca, no bairro Estácio. O que propiciou a escolha
deste conjunto como estudo de caso foram algumas particularidades em relação a
outros empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida no que diz
respeito à morfologia, inserção urbana e formas de apropriação de espaço. Destas
particularidades derivam quatro objetivos específicos desta pesquisa. O primeiro
deles é identificar que outras maneiras, além da adaptação de parte dos
apartamentos em atividade comercial, os moradores deste empreendimento
encontram de manter antigos hábitos e modos de se apropriar dos espaços neste
novo local de moradia. O segundo consiste em investigar se este conjunto e seus
moradores se integram aos bairros em seu entorno imediato. Considerando que,
além das diferenças, existem também aspectos típicos de empreendimentos do
PMCMV, o terceiro objetivo específico desta pesquisa é compreender os aspectos
arquitetônicos e urbanísticos deste Programa no âmbito de políticas habitacionais
que o precedem. Por fim, investigo também o contexto e as razões que orientaram
a concepção diferenciada do Ismael Silva – Zé Keti.

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