Pós-Graduação

Dissertações

Peso e leveza: Presença, corpo e memória por uma poética do abrigo

2016
Autor: Adriano Andrade C de Mendonça

Orientadora: João Masao Kamita

Dissertação: Peso e leveza: Presença, corpo e memória por uma poética do abrigo

Data da defesa: 03/10/2016

Resumo

A partir de uma constatação intuitiva de que a busca exaustiva por
atribuição de sentido na arquitetura encontrou no pós-modernismo, certo
esgotamento instrumental, o trabalho investiga o conceito de “presença” na
arquitetura segundo o debate estabelecido entre Peter Eisenman e Kenneth
Frampton no âmbito da teoria arquitetônica a partir da década de 1970. Os
estudos sobre a tectônica e o regionalismo crítico de Frampton, como crítica à
supremacia do cenográfico na sociedade do espetáculo em detrimento da
experiência do corpo sensível, bem como a pesquisa sobre uma noção do
“abrigo originário” na historiografia arquitetônica de Joseph Rykwert, oferecem
um possível caminho de reafirmação da presença conforme definido por Hans
Ulrich Gumbrecht: isto é, o reconhecimento da arquitetura como uma certa
poética da construção, inserida no seio de uma determinada cultura construtiva,
dentro de uma visao antropologica que toma o corpo e o espaço como
dimensões ontológicas do homem no seu meio. A arquitetura é plasmada em
meio ao ceu e a terra, onde o homem constrói seu habitar, suspensa entre um
desejo inerente e oscilante de alçar voo e de afundar na terra, fruto de uma
busca pela casa arquetípica transmitida pela tradicao na relação ritual deste
homem com sua cosmologia. Esta discussão teórica estabelece as bases
conceituais para uma análise crítica de obras de Lucio Costa, Lina Bo Bardi e
Paulo Mendes da Rocha, em que se identifica, cada qual à sua maneira, uma
certa “noção” de abrigo que transcende o tempo histórico em busca de um
espaço mítico do construir, do habitar e do pensar. Arquiteturas em que tradição
e modernidade, memória e imaginação, corpo e pensamento, peso e leveza são
reunidos num eterno presente.

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