Pós-Graduação

Dissertações

O Plano Piloto de Ney Gabriel de Souza, Ceilândia: um lugar, uma centralidade. Uma solução ou a conquista da Cidade?

2017
Autor: David Kleber Sombra Pimentel

Orientador: Otavio Leonidio

Dissertação: O Plano Piloto de Ney Gabriel de Souza, Ceilândia: um lugar, uma centralidade. Uma solução ou a conquista da Cidade?

Data da defesa: 25/08/2017

Resumo

Constata-se uma injusta lacuna na história urbana de Brasilia, em que muito
se estuda o Plano Piloto de Lucio Costa e pouco se elabora sobre planos urbanos
de Cidades-Satélites como Ceilândia, por exemplo, que ajudam a compreender
sob outros aspectos a história da metrópole de Brasilia. Diante de tal constatação,
esta dissertação propõe uma análise urbanistica do Plano Piloto de Ceilândia pro-
jetado pelo arquiteto Ney Gabriel de Souza, conjuntamente com reflexões acerca
dos conceitos sócio-espaciais para melhor entendimento a respeito do direito à
cidade. Tal imbricação analitica tem estreita ligação com história de Ceilāndia,
que – criada entre 1969 e 1971, e por meio da Campanha de Erradicação de inva-
sões a sigla CEI lhe serviu de base para o nome – resultou de emblemático mo-
mento de segregação socio-espacial da história intra-urbana de Brasilia. Neste
processo, cerca de 83 mil pessoas foram removidas para mais de trinta quilôme-
tros do coração do Plano Piloto de Lucio Costa, por meio de uma detalhada políti-
ca de desterritorização de indesejadas favelas. Houve até mesmo a intrigante justi-
ficativa de que estas invasões se alocavam dentro do “Anel Sanitário de Brasilia”.
Assim, a análise empreendida parte de abordagem ancorada na prática urbanistica,
com subjacentes reflexões acerca de conceitos empregados pelos estudos sócio-
espaciais. Neste sentido, busca-se abordar o urbano de Ceilândia falando como
que de dentro para fora, e explorando tensões conceituais de discursos hegemôni-
cos. Sobretudo o da “engessante” dicotomia centro-periferia, ao qual – mesmo
diante dos seus mais de quatrocentos mil habitantes atuais – Ceilândia tende de ser
colocada sempre do “lado de lá” da questão. No que tange o desenho da cidade,                                                                                                        análises sobre as práticas projetuais na conformação dos espaços, elaboradas com
minúcia, permitirão elucidar as intenções do “Piloto” de Ney Gabriel. Buscando,
sempre que possivel, a auto representação ceilandense na apropriação do plano
urbanistico. A partir de revisões bibliográficas, materiais iconográficos e jornalis-
ticos, a análise tem como foco as diretrizes do projeto original dos anos 70.

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