Orientador: Marcos Favero
Dissertação: Infraestrutura de transporte, vetor de urbanidade: o Corredor Expresso de Ônibus (BRT) em Madureira, Rio de Janeiro
Data da defesa: 16/03/2016
Resumo
A mudança de paradigma, provocada pela explosão demográfica e urbana das cidades contemporâneas, confronta as infraestruturas de transporte e, mais precisamente, o projeto infraestrutural, a novos desafios. Nesse cenário, em territórios em constante expansão, faz-se necessário garantir uma mobilidade urbana eficiente. Definidas essas infraestruturas de transporte como um conjunto de redes técnicas dotadas de certa função social, observa-se, contudo, que o enfoque na otimização da performance desse sistema configura uma série de objeto-fragmentos, que distancia a escala infraestrutural da escala humana. Trata-se, aqui, de discutir o modo como o desempenho técnico, econômico, e social das infraestruturas de transporte pode ser desenvolvido, assumindo como pressuposto que os espaços residuais têm um grande potencial para torná-las vetor de urbanidade. O conceito de infraestrutura-arquitetura, que concilia rede e programa sob a forma de um edifício único, define-se, neste sentido, como uma alternativa para a aceitação e integração das infraestruturas de transporte no espaço urbano. A implantação do Corredor Expresso de Ônibus (BRT1) Transcarioca, no Rio de Janeiro, confronta a cidade a uma reestruturação espacial, econômica e social, cujas repercussões são particularmente evidenciadas em Madureira, bairro caracterizado por ser um dos maiores nós infraestruturais da rede de transporte. O viaduto do BRT caracteriza-se, contudo, por ser um elemento que favorece pouco a coesão socioespacial. As atividades informais que se desenvolvem nos espaços residuais, agem, para a nossa pesquisa, como indicadores de orientação programática e tipológica, podendo, potencialmente, favorecer a condição de urbanidade da infraestrutura-arquitetura.