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17.12.19
Aluna recebe MENÇÃO HONROSA pelo Prêmio Rosa Kliass
O trabalho de conclusão de curso de Julia Fernandes Hachiya de Azevedo, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio, recebeu uma menção honrosa do 3º Prêmio Rosa Kliass no grupo da REGIÃO 3. O projeto foi orientado pela professor Gabriel Nogueira Duarte.
O trabalho procura desenvolver estratégias de atuação no ambiente urbano que amenizem a tensão entre a cidade e suas águas. Devido à intervenção inerente à ocupação humana na natureza, fenômenos como as inundações passam de fases previsíveis de um ciclo a incontroláveis perdas humanas, ambientais e econômicas. Este impacto, hoje frequente, demonstra a necessidade de um replanejamento urbano remediativo de áreas consolidadas onde existam tensões, riscos e perdas.
O estudo de caso é uma consequência de processos de adensamento e de expansão do centro urbano e evidencia hoje o conflito entre planejamento urbano rígido e corpos hídricos mutáveis. A capital do estado de Minas Gerais foi planejada com ideais modernistas de organização e salubridade. Com a urbanização, muitos ciclos de canalização e impermeabilização dos corpos hídricos foram naturalizados como parte da modernização almejada para a cidade. No entanto, a quase extinção de áreas permeáveis conectadas entre si e o impacto sobre o solo aumenta a necessidade por escoamento superficial das águas pluviais, que têm sua velocidade acelerada. Esta solução comum para o saneamento sobrecarrega a infraestrutura e a torna ineficiente. A partir dos cenários indicados, a região da Pampulha se elabora como foco de pouco impacto para a malha existente e de urgência de atuação, por abrigar conflitos entre o grande equipamento (aeroporto) e a alta densidade demográfica em assentamento precário, além da represa artificial da Pampulha em processo de assoreamento acelerado, que deságua na fronteira deste conflito. A proposta busca aumentar a área de superfície de escoamento e de retenção do ribeirão e das águas pluviais, reduzindo a potência das inundações e seus danos. Ao ocupar um equipamento subutilizado, o impacto da intervenção na malha existente é mínimo e se dá ao longo das bordas do aeroporto, por meio da reconexão de pontas soltas da malha urbana e do remanejamento das planícies de inundação, das áreas de risco e da paisagem.
Portanto, a densificação das atividades do aeroporto e das funções residencial, comercial e negócios e o espraiamento das funções social, esportiva, cultural e de lazer propostas permitem a consolidação de grande área livre e permeável para o pleno funcionamento da infraestrutura ambiental do parque. A barreira urbana é transformada em espaço de encontro, de ocupação, de ação e de prevenção. A articulação entre os meios deve ser explorada e potencializada para amenizar os danos e garantir o pleno funcionamento das atividades sociais, econômicas e ambientais.
Parabéns a Julia e que venham mais prêmios!
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