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16.01.18
Arquitetura como dispositivo político: introdução ao projeto de Parques Biblioteca em Medellín

Artigo de Cauê Capillé publicado na Revista Prumo #3 é divulgada na Archdaily.

Os Parques Biblioteca foram construídos para promover práticas educativas, culturais e sociais de seus bairros circundantes [1], funcionando como pontos de transformação e fortalecimento das comunidades e culturas locais – ou como “dipositivos políticos”, da forma que sugeri no título do artigo. Ao todo, são nove Parques Bibiloteca construídos até hoje, localizados de forma a atender aos vários bairros e comunas de Medellín. Como desenvolveremos mais adiante, a implementação dos cinco primeiros Parques Biblioteca (San Javier, España, La Ladera, La Quintana e Belén) está associada fortemente com a intenção de alterar simbolicamente a imagem de Medellín como exemplo de violência urbana: os lotes de cada um desses edifícios estão diretamente relacionados a histórias recentes de extrema violência.

Dois documentos sustentam o desenvolvimento do Projeto de Parques Biblioteca: o “Plan de Desarollo 2004 - 2007”[2] e o “Plan Nacional de Lectura y Bibliotecas”[3]. O primeiro está ligado ao projeto de renovação de Medellín, integrando os Parques Biblioteca na retórica de “modernização social e urbana”. O segundo estabelece recomendações administrativas que visam melhorar as práticas editoriais, de biblioteconomia e a cultura de leitura colombianas[4]. O Projeto de Parques Biblioteca é parte de um grande programa de bibliotecas digitalmente conectadas (Red de Bibliotecas e Medellín Digital), que inclui a Biblioteca Publica Piloto (UNESCO, 1957) e todas as suas filiais. Os programas Red de Bibliotecas e Medellín Digital oferecem acesso aberto a uma ampla gama de recursos on-line, como livros, vídeos e outras formas de conteúdo digital. Nesse sentido, os Parques Biblioteca podem ser considerados como integrados dentro de um programa digital.

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